Então é Natallll, o que você fez???
Se for esperto como eu, assistiu E Então Nós Dançamos, o filme gay lindaço que vem da Suécia e se passa na Geórgia, aquele país homofóbico que a gente tanto teme.
O filme conta uma daquelas histórias de paixão arrebatadora de deixar arrepiado. E ao mesmo tempo de ficar com inveja de sentir alguma coisa dessas de novo (oi solteirice).
E Então Nós Dançamos se passa basicamente em uma academia de dança típica da Geórgia, que apesar de ser uma coisa que a gente por aqui considera meio cafona, por lá é levado tão a sério quanto um ballet dos famosões, com regras tão rígidas quanto.
Os homens e as mulheres, jovens, treinam todos os dias, o dia todo, até saírem pingando e exaustos com um intuito: serem escolhidos para dançarem no primeiro corpo de baile, dos mais experientes. E assim ganharem dinheiro, viajarem pelo mundo e serem famosos em seu país.
Tudo vai bem até que um dançarino vindo do interior, bem talentoso e bem lindo chega para tentar uma vaga no primeiro time.
E a vida de Merab, a maior promessa dos bailarinos, vira de cabeça para baixo porque ele tem não só que se esforçar muito mais do que imaginava e ainda por cima ele se apaixona perdidamente pelo bonitão Irakli.
A paixão avassaladora acontece, lembre-se, em Treblinka, a capital da Geórgia, uma país radical e homofóbico, o que faz com que esse amor talvez nem aconteça.
A delicadeza com que o diretor Levan Akin trata a história é de deixar de olhos marejados, ao mesmo tempo que ele tem o pulso firme cinematograficamente ao mostrar o quanto o jovem apaixonado Merab sofre de amor, no melhor e pior sentido possível.
Escolher um ambiente absolutamente “macho e forte” como o balé da Geórgia, como diz o seu diretor em uma cena do filme, foi a grande jogada do roteiro. Quando pensamos na feminilidade de bailarinos clássicos e vemos o quanto essa dança típica é totalmente diferente do que esperamos, nos deixa um pouco sem entender como tudo funciona realmente.
O que para mim, em um momento, pareceu ser inclusive um tipo de preconceito próprio, devo confessar.
Mas aos poucos fui entendendo como funciona o dia a dia dessa arte de uma país lá do outro lado do mundo. E o legal foi perceber que a paixão é a mesma, lá ou aqui.
E o mais legal é ver a coragem do diretor Akin ao fazer uma filme gay em um país e em uma tradição tão homofóbicos e preconceituosos como o balé da Geórgia.
Imperdível.
NOTA: 1/2