Eu só queria que a história contada em A Tabacaria tivesse sido real, porque é boa demais.
Na Áustria prestes a ser tomada pelos nazistas, um jovem lindo do interior, é mandado por sua mãe para viver e trabalhar na capital Viena, com a ajuda de um antigo “amigo”, dono de uma tabacaria do título.
O jovem Franz é esperto, curioso e logo descobre que um dos clientes assíduos de sua loja é o famoso Doutro Freud (vivido brilhantemente por Bruno Ganz, que sumiu por trás do personagem).
Franz se aproxima de Freud e aos poucos percebe que suas conversas, enquanto o acompanha até sua casa, vão ficando cada vez mais profundas e interessantes.
Ele quer entender como o médico cura as pessoas loucas, como ouve as pessoas, como entende os sonhos a ponto de dizer que vai comprar e ler todos livros do doutor que o aconselha a viver e amar.
E aí entra o problema de Franz: como ele nunca amou, a primeira oportunidade que lhe aparece de passar umas horas com um linda jovem da Baviera faz com que seu coração quase exploda. O que acontece quando ela diz que vai ali e já volta, mas não volta.
Franz vai tentando entender como fazer para se aproximar da jovem de alma livre, como aproveitar ao máximo as cada vez mais longas conversas com Freud e como lidar com a chegada do nazismo e o que vai acontecer com seu patrão e sua tabacaria, já que ele é quase um comunista, amigo de judeus e totalmente contra esse obscurantismo premente.
A Tabacaria é adaptado de um livro de muito sucesso que eu já quero ler e o melhor, muito bem adaptado, porque o roteiro é redondinho, sem buracos e cheio de detalhes lindos, como as cenas de sonhos de Franz que permeiam toda a história e suas conversas com Freud, que não poderiam ser mais inspiradoras.
Daqueles filmes meio sessão da tarde que enchem o coração de alegria, principalmente pela lição de resistência na vida, no amor e na política.
NOTA: