Freaks é um filme bem freak.
Sério.
O filme conta a história de um menina de uns 9 anos de idade, Chloe, que vive trancada dentro de casa pelo pai super noiado, que lhe conta histórias de pessoas do mal que vão matá-los se eles saírem na rua.
Mas Chloe, esperta, curiosa, não aguenta ficar em casa com medo. Ela tenta falar com a vizinha da frente, tenta comprar sorvete do sorveteiro e seu carro fofo e barulhento que vive na frente de sua casa.
Mas seu pai corta qualquer tipo de sonho que Chloe possa ter repetindo o mantra: se eles saírem na rua, eles vão ser mortos pelas pessoas do mal. E fica ensinando Chloe regras de sobrevivência, caso alguma coisa aconteça com ele: onde tem dinheiro guardado em casa, muito dinheiro; como ela tem que se comportar; como ela deve dizer que se chama e onde mora. E por aí vai.
O problema de Freaks é que, como não sabemos nunca o que realmente está acontecendo, porque Chloe e seu pai vivem trancafiados em casa, o filme demora a acontecer.
Primeiro achei que o mundo tinha acabado e só os 2 e o sorveteiro tinham sobrado.
Depois achei que o sorveteiro e a vizinha eram monstros.
Depois achei mais um monte de coisas e o filme foi rolando.
A grande coisa de Freaks é exatamente seu problema: a gente não sabe de onde veio a história, mas o rumo que ela toma é muito bom, apesar de umas viagens bem absurdas.
O elenco encabeçado pela Chloe (Lexy Kolker, de 7 anos de idade) é lindo, com Emile Hirsch como seu pai e Bruce Dern como o sorveteiro.
À medida que Freaks vai acontecendo a gente vai percebendo o orçamento do filme: os caras tinham muito pouca grana pra um filme tão “complicado” de produzir e o legal é que dá pra ver cada centavo bem gasto em suas cenas.
E o roteiro de Freaks, apesar do que eu disse antes, quando engata, aos poucos, devagar e sempre tentando, rola lindamente, para uma ficção científica malucona indie sem grana.
Um dos bons lançamentos de 2019, pra quem curte um filme despretensioso e muito bem realizado.
NOTA: