Se há uma lição a ser aprendida com este documentário mediano sobre mais um “guru” predador, abusivo, estuprador, é que o ser humano não se cansa de repetir padrões nocivos.
Bikram é um yogi indiano que chegou nos Estados Unidos nos anos 1970 com a promessa de que seu método de Yoga curaria doenças.
Aos poucos, no boca a boca, ele foi crescendo, ficando famoso, seu método foi se espalhando feito rastilho e Bikram virou tão grande e tão famoso quando, sei lá, Osho.
Lembra que o Osho teve a mesma historinha de abuso, enriquecimento, estupros nos EUA?
Pois é, esses caras fazem tudo igualzinho, da mesma forma, com os mesmos discursos e promessas e o povo cai feito patinho.
Depois de anos e anos, de Bikram se tornar um daqueles milionários escrotos que adora ostentar, uma de suas pupilas resolve vir a público o acusando de tê-la estuprado.
E seu império desaba?
Queríamos nós!
O documentário mostra que o sistema jurídico americano é mais falho do que eles gostariam e o cara, apesar de ter sido culpado em um processo gigante, não perdeu um centavo e continua espalhando seu método fraudulento pelo mundo, como vemos ao fim do filme.
O documentário da Netflix não é nenhum filme imperdível, nem pela forma, nem pelo conteúdo. É só mais um documentário básico demais, cinematograficamente falando, sobre um monstro de homem, um canalha.
O filme passa mais tempo contando a história do guru de sunga preta do que de suas vítimas. E diferentemente de um filme como Holy Hell, que tem um material incrível que nos deixa de queixo caído o filme inteiro e colocou o predador em seu lugar, o próprio Bikram acaba sendo o centro das atenções de um documentário onde suas vítimas deveriam aparecer mais com suas histórias traumáticas do que o monstro que as fez sofrer.
Só aguardo o filme sobre outro monstro desses, um mais perto da gente, o tal do João de Deus.
NOTA: