Segredos Oficiais é o exemplo perfeito de filmão que tem tudo pra ser uma papagaiada: elenco de primeira, produção cara, roteiro redondinho baseado em história real incrível.
Daí colocaram o sul africano Gavin Hood pra dirigir e BAHM: puta filme.
Pra quem não se lembra, Hoods ganhou Oscar de Filme Estrangeiro com Tsotsi e dirigiu Eye In The Sky, filmão.
Segredos Oficiais conta a história da inglesa Katharine Gun, que trabalhava em um escritório de “inteligência oficial” da Rainha, espionando mensagens que não deles e numa dessas mensagens descobre que o governo Americano está subornando membros da ONU para que aprovem a invasão americana e inglesa ao Iraque.
Isso passa por seus superiores que nada fazem e ela, heroicamente, vaza o documento para a imprensa.
O que acontece com a fofa?
Ao invés de ser endeusada por relatar tal abuso, é demitida, presa, sua família é perseguida. Se fode, obviamente.
Lembre-se, essa história é real.
Escândalo tão absurdo que eu não lembro de saber à época, o que é absurdo porque esse ato de rebeldia é o tipo de coisa a ser glorificada.
Gun é vivida pela ótima, e desta vez sem tantos cacoetes, Keira Knightley e o resto do elenco só tem fera, meu (oi Faustão): Matt Smith, Adam Bakri, Matthew Goode, Ralph Fiennes.
Só pra reiterar, a direção do filme fez toda a diferença.
Hood mostra que tem um senso de contar um thriller de espionagem como poucos hoje em dia, sem exageros de reviravolta de roteiro, sem cacoetes de trilha tensa, tudo como se deve, criando clima como se deve, com elenco bem dirigido e um roteiro excepcional.
NOTA: