Jonathan Agassi Saved My Life é um documentário bem punkzinho sobre o porn star gay Jonathan Agassi.
O filme começa dizendo que se você é gay e assiste pornô, você já assistiu um filme com o israelense Jonathan Agassi.
O cara é um deus dos filmes adultos: bonito, corpão, bem dotado, topa tudo (por dinheiro, claro) e cara de gente boa.
À medida que o filme vai passando e nos mostrando a vida real do cara que conquista o mundo mas não consegue ficar longe da mãe a gente vê que ninguém é Deus mesmo, Deuses nunca existiram.
O cara que criou um personagem para sobreviver, como diz o título do documentário, tem que aguentar muitas todos os dias.
O filme acaba sendo um balde de água fria no culto ao astro pornô de pau grande e muito dinheiro no bolso.
Mostrar o dia a dia na casa da mãe, como ele se comporta botando banca de “eu faço o que eu quero como eu quero” é até patético por vezes, como quando ele está de lingerie, salto alto na sala de casa discutindo com o irmão.
Anos atrás eu dirigi um filme pornô, uma grande curiosidade minha, para nunca mais.
Esse documentário comprova que a vida desses atores e modelos é mais difícil do que a gente pensa e do que eu percebi na minha breve passagem pela indústria.
A vida de Jonathan não é nenhum mar de rosas, afinal, um astro pornô deve morar numa mansão cheio de couro e rendas onde ele transa o dia inteiro, bebe e usa drogas e mais drogas, se diverte e ganha rios de dinheiro por isso tudo.
A desmistificação e a desglamurização são os grandes atributos deste documentário.
E o diretor só conseguiu isso, com certeza, porque deve ter tido um acordo ótimo com Jonathan de ter permissão de filmar o tempo inteiro, tudo o que ele (diretor) quisesse, sem interferência. (o que me lembra sempre do filme da Madonna, da cena dela no dentista com a câmera mostrando sua boca escancarada e o namorado Warren Beaty achando um absurdo essa falta de privacidade).
No filme vemos Jonathan chorando, bebendo até cair, brigando com o pai, sofrendo com a mãe, cheirando cocaína, fumando crack, se picando de heroína, quase tendo overdose, apagando na rua, fazendo show de sexo, fumando, fumando e fumando.
O normal de um ator pornô.
Nada normal para o Jonathan moleque, que sofria bullying porque era muito efeminado quando criança, que queria ser mulher quando cresceu um pouco e que acabou se encontrando no pornô, como ele mesmo diz.
Mas o que vemos não é o que ele diz. Belo filme feio.
NOTA: 1/2