Depois do filmeco da Netflix, um filmão da HBO, o polêmico documentário lançado em Cannes esse ano, dirigido pelo fodão inglês Asif Kapadia sobre o astro argentino Diego Maradona.
Indo direto ao ponto que nos interessa, a polêmica toda do filme foi ter focado no grande problema que levou ao final bizarro da carreira de Maradona: seu vício em cocaína.
Kapadia é o cara que fez os filmes sobre o Senna e a Amy depois de suas mortes e de forma brilhante, conta suas histórias através de arquivo e entrevistas com seus próximos, conseguindo uns depoimentos bem polêmico como o pai da Amy dizendo que ele a tirou de um rehab para ela fazer shows previamente marcados e que lá ela se jogou de vez no crack.
Em Diego Maradona, o diretor conta lindamente sua história, saindo de uma favela nos arredores de Buenos Aires, virando o gênio do Boca, sua saída estranha do Barcelona para o Nápoli, timeco italiano que por sua causa virou um dos grandes times europeus dos anos 1990.
Neste documentário vemos que no Barcelona Dieguito já se animava com a cocaína, mas ainda “socialmente”, tanto que saiu de lá e jogou seus melhores anos na Itália.
Em Nápoli virou Deus. Como ele diz em uma entrevista no início do filme, ele não queria ter dinheiro, queria ter fama.
Lá ele conseguiu.
Com a fama Maradona conseguia o que queria, como queria, quando queria e isso era traduzido basicamente em mulheres e drogas.
Ele jogava todo domingo, saía do estádio para a festa, só parava na quarta de manhã quando se preparava para o jogo do próximo domingo.
E todo mundo sabia dessa história toda, até eu que era mais bobo sabia daqui do outro lado do mundo.
Mas a Camorra manda, Diego era a cara da organização, aparecendo em eventos, inaugurações, sempre ao lado dos filhos dos chefões. E de lá sempre saía com um rolex de ouro e uma quantidade razoável de cocaína para a semana.
Tudo lindo, maravilhoso, a Itália inteira fazendo vista grossa porque, afinal, era o Deus do futebol, ele podia qualquer coisa.
Pra se ter ideia, os exames de doping eram fraudados e todos sabiam.
Mas veio a Copa do Mundo, Maradona jogando pela Argentina contra a Itália e o resto é lindo de se ver no filme.
Asif KApadia criou uma nova forma de se fazer documentário que me fez seu fã.
E o melhor é que a cada filme que faz, inova mais ainda na narrativa.
NOTA: