Earthquake Bird é um pássaro no Japão que sempre canta depois de um terremoto.
Lucy Fly, a protagonista deste filme, sempre espera o canto do pássaro depois dos tremores de terra, como se fosse o prenúncio da nova vida.
Em princípio o filme deveria usar alguma metáfora a esse respeito, já que é seu título e também baseado no filme do mesmo nome.
O problema é que o novo filme da Netflix, produzido pelo mestre Ridley Scott, é um tiro na água.
O filme tem terremotos, tem o pássaro cantando e só.
O roteiro é uma lástima, tão perdido que um filme de sei lá quantas horas demora quase todas elas para resolver qual vai ser sua história principal.
Lucy é uma sueca que mora em Tóquio há anos e trabalha como tradutora.
Tímida, silenciosa, calma, é conduzida pela polícia suspeita de ser a assassina de sua amiga Lily, uma americana que acabou de se mudar para Tóquio e o extremo oposto de Lucy. Mesmo assim, acabam sendo amigas. Ou assim elas acham.
A partir da cena da delegacia, o filme volta no tempo para contar a história da vida monótona de Lucy, de como conhece seu namorado, de como Lily entra em sua vida e o que acontece dali pra frente.
Eu ia dar spoiler pra tentar amenizar o choque do roteiro mas nem vou, não vale a pena.
O filme é incrivelmente bem realizado, com uma fotografia lindíssima, trilha ótima do Atticus Ross, elenco encabeçado pelas sempre boas Alicia Vikander e a eterna neta do Elvis Riley Keough.
Mas de nada adianta porque é dirigido pelo cada vez pior Wash Westmoreland (de Colette) que consegue, ou melhor, não consegue contar uma história interessante, com alguns nuances que se sobressairiam com um bom roteiro mas ele consegue transformar um possível thriller num drama tão básico, tão besta, com personagens tão estereotipados que deu raiva.
NOTA: