The Elephant Queen, o primeiro documentário lançado pela AppleTV+, me deixou bem desanimado nos primeiros 15 ou 20 minutos.
Pensei, “ué, mais um filme sobre animais na África, meio globo repórter, meio Animal Planet só que sem inspiração”.
Contar a história de uma manda de elefantes liderada por uma rainha é uma tarefa difícil nos dias de hoje, onde o documentário sobre natureza tomou conta das nossas vidas e é tão normal quanto cena de casamento em capítulo final de novela da globo.
De repente, quando menos esperava, The Elephant Queen dá uma virada de roteiro e começa contar a história não só da manada, mas também dos animais que vivem em função dos lindos elefantes.
O pato que
nada nas poças que os elefantes bebem e se banham, o besouro que se alimenta
das fezes dos paquidermes e faz bolas de cocô maiores que eles mesmos e vão
rodando as bolas fugindo de seus inimigos, os sapos, as zebras e por aí vão.
Abrir as possibilidades de histórias é a grande coisa do documentário. Tirar o foco único foi uma sacada de mestre
Depois de ter assistido tão recentemente uma obra prima do documentário como Honeyland deixa qualquer outro em desvantagem.
The Elephant Queen não decepciona.
O filme é
fofo quando mostra a rainha e seus seguidores, é mais fofo ainda quando mostra
os elefantinhos interagindo.
Mas vai se
tornando pesado ao mostrar o quanto as épocas de seca são cruéis mesmo com
animais tão inteligentes quanto esses. E o quanto a busca por água e alimento
acaba sendo um perigo maior do que eu poderia ter imaginado que fosse.
Eu tive alguns
momentos de mal estar no filme com cenas radicais de morte de animais.
Ver animal
morrendo em ficção é uma coisa, eu sei que é boneco, que não é real.
Ver animal
morrendo em documentário acaba comigo, não tem como ser diferente.
Mas esse é um dos atributos do filme, ser ousado na narrativa, mostrando que não só de brincadeiras de banho de tromba vivem esses animais gigantes e lindos.
NOTA: 1/2