Um Rubio é mais um grande filme gay do argentino Marco Berger.
Que só faz
filmes gays.
Todos mais
ou menos iguais e todos bons.
O cara consegue transformar uma historinha que daria um ótimo curta em um ótimo longa. O que é para poucos.
Um Rubio conta a história de um loiro (o do título) que consegue um emprego novo em uma cidade nova e vai morar no apartamento de um de seus colegas.
A tensão
sexual dos dois é tão palpável que pode se cortar com uma faca, como dizem por
aí.
Aos poucos
eles vão se aproximando até que não aguentam e se pegam.
Mas o que
eles tem em princípio parece coisa de hétero bêbado, pegou, beijou, transou e vai
cada um dormir em seu quarto como se nada tivesse acontecido.
O que o
loiro e o moreno não esperavam é que por morarem juntos e trabalharem juntos, a
intimidade sexual vai se transformando em intimidade afetiva, mesmo que o
moreno diga que tem namorada, que não quer saber de nada sério, mas não tem
jeito, o amor fala sempre mais alto.
Um Rubio
vem de uma linha boa de filmes de Berger, Hawaii, Taekwondo, Plan B e Ausente,
sempre com mais ou menos o mesmo elenco, sempre com a dificuldade do amor,
sempre com a possibilidade de se dar mal, sempre com a esperança de um final
feliz.
E como
disse, seus filmes são longos estudos do silêncio, do tatear, do procurar
caminhos e criá-los onde não existem.
Longos,
apesar de serem filmes curtos, porque os silêncios nesses filmes por vezes são
infindos, apesar de lindos.
Ele faz um cinema gay totalmente diferente do que é feito normalmente, onde a descoberta e a incerteza imperam. Assim, folgo em dizer que Marco Berger já está criando um sub gênero de filme gay, só não sei ainda como chamar.
NOTA: 1/2