Ecos é aquele filme lindo de Natal que a gente não sabe que precisa assistir.
Mais uma vez a Mostra de Cinema de São Paulo traz um filme do cineasta islandês Rúnar Rúnarsson, que já venceu o Festival alguns anos atrás com seu ótimo Pardais.
Desta vez ele ousa esteticamente para contar historinhas fofinhas num paradoxo que funciona bem.
Ecos são 56 filmes de aproximadamente 1 minuto cada de histórias que se passam entre o Natal e o Ano Novo no país da neve, do inverno de 6 meses mas não do Papai Noel.
Para contar as história, o diretor coloca sua câmera fixa em quadros muito bem desenhados para que suas histórias ali se resolvam em seus pequenos universos tão particulares.
São histórias que se passam no supermercado, na lavanderia, na piscina, na rua, na neve, no calor de uma casa na ceia natalina, na festa solitária com a comida congelada e por aí vão.
Quanto mais enxergamos esses islandeses em seu país com mais bibliotecas que igrejas, menos acreditamos que o Papai Noel apareça voando com suas renas na imensidão fria, que nem é tão imensa assim.
A beleza de Ecos está nesse inesperado, em seu ritmo totalmente particular.
Como disse um amigo, parece que estamos passeando pelo stories do Instagram de um belo de um cineasta.
O problema de Ecos está nele mesmo, na ideia das histórias curtas que em alguns casos vão sendo tão leves que a nossa atenção vai para o espaço.
A ousadia de fazer um filme de micro contos acaba superando seus defeitos e Ecos é um daqueles filmes que se tornariam sucesso imediato na noite de Natal de algum canal de televisão que ousasse um pouco e saísse da mesmice de shows estúpidos que ninguém aguenta mais ver.
NOTA: