Rainhas do Crime é mais um filme baseado em uma ótima HQ (The Kitchen, da DC/Vertigo) que deu errado.
Os caras tentaram colocar em 100 minutos de filme uma história que originalmente tem bastante conteúdo, bastante ideia e principalmente, tem uma ótima progressão de construção de personagens.
Na Nova Iorque dos anos 1970’s, quando o bairro de Hell’s Kitchen era praticamente uma cracolândia antes do crack, os bandidos irlandeses (eles lá chamam de gangsters, né) que tomavam conta do lugar extorquindo e roubando e matando a torto e a direito, foram presos pelo FBI.
A família tentou manter o poder do lugar com o filho mais novo, mas o que acontece é totalmente inesperado: as esposas dos 3 presos viram as rainhas do crime (título besta, né) e mandam e desmandam, para desespero inclusive das famílias, já que elas eram casadas com os irlandeses mas elas mesmas não eram.
No filme, parece que elas eram super infiltradas nos “trabalhos” de seus maridos, porque de uma hora pra outra já dominaram a coisa toda.
Nos quadrinhos, a coisa é diferente e daí a beleza da história. Elas vão aprendendo com o tempo e vão mudando suas características bem peculiares para resolverem os problemas que vão surgindo no dia a dia.
O filme é bem escrito, o roteiro é bonzinho e o elenco é ótimo, com o trio de rainhas mandando bem.
Melissa McCarthy, Elisabeth Moss e Tiffany Haddish foram a escolha acertada e o elenco secundário também não deixa a desejar, com destaque para o ruivinho Domhnall Gleeson (de Ex-Machina) como um bandidinho cruel que ensina tudo de mal que sabe para Elisabeth Moss, a melhor do filme.
Apesar disso, Moss vira, de uma hora pra outra, da mulher mais passiva e sofredora das 3 na maior assassina cruel e sanguinária possível.
Como disse, o problema é que tentaram colocar um mamute em um fusquinha e dar uma volta pela cidade com ele acenando da janelinha. E a gente sabe bem como terminam essas tentativas.
Rainhas do Crime parece um filme com pressa, tudo acontece rápido demais e por isso vai ganhar o prêmio de “Sem tempo irmão” de 2019.
NOTA: