Publicado originalmente no blog “Já Viu?”
Esse fim de semana quis assistir um terror que não soubesse nada a respeito, além de ter visto o poster, que é lindão.
Me joguei em Depraved e odiei.
Depois fui procurar saber a respeito do filme e o povo (jornalistas, blogueiros, resenheiros) ama o filme, tem 90 de nota no rotten tomatoes.
Fui ler umas resenhas e o povo elogio exatamente o que não gostei do filme, o que me deixou muito com a pulga atrás da orelha.
A ideia inicial do filme é boa: um médico com stress pós traumático (guerra, americanos, como sempre) desiludido da vida arma com um amigo milionário de fazer uma experiência extrema: criar um homem a partir de partes de cadáveres.
Sim, minha gente, transportaram Frankenstein para o Brooklyn novaiorquino dos dias de hoje.
O que me fazia animar por vezes no filme é que misturaram a história clássica do monstro e do doutor Frankenstein com a também clássica história do encontro na casa do Byron na Suíça, na noite gótica regada a álcool e drogas onde o monstro foi gerado por Mary Shelley.
Daí, tem uma Shelley no filme, tem o doutor Polidori gordinho, tem a galera toda.
Mas tudo é tão óbvio, tão mal filmado, com uma fotografia horrorosa.
Pra dar uma ideia, o nome do monstro é… Adam. E pra piorar eles explicam em pelo menos 2 cenas o porquê do nome, como se ninguém, tivesse entendido.
É assim que o diretor Larry Fesseenden trata seu público, como se quem assiste Depraved fosse limítrofe, sem informação nenhuma.
Parece que as pessoas nem percebem que o filme é sobre um prometeus moderno.
Por isso que eu acho o filme ruim, porque é tudo mastigadinho e nos dado de bandeja, nada é de tirar o fôlego, como se os espectadores fossem um bando de monstros descerebrados que ainda estivessem aprendendo a contar até 5 com os dedos que não são seus.
O roteiro, as personagens, as revelações ridículas, a noiva do monstro, as cicatrizes, as câmeras nos lugares errados.
Mas o povo considera isso tudo linguagem, como se o diretor, só porque tem um grupo de teatro e faz uns filmecos de vez em quando, pudesse fazer o que quisesse por aí, inclusive fazer um filme desses sem personagem feminina relevante, nem a namorada do monstro, nem a ex namorada do cadáver, nem a namorada do médico, nem a namorada do ricaço.
É ridículo, porque ele dá mais importância a uma piada com o Iggy Pop (que super não funciona) do que a qualquer mulherzinha insignificante de seu filme.
Além do poster bonito, pouco se salva em Depraved, infelizmente.
NOTA: