Xavier Dolan é o diretor de cinema canadense que só o Festival de Cannes ama.
Hoje ele já está com 30 anos e desde que ele tinha acho que uns 12 (mentira, 18), os filmes dele passam na Croisette onde ele já ganhou Prêmio do Juri, Prêmio da Crítica, Prêmio de bicha linda, só não ganhou a Palma de Ouro.
Ainda.
Ano passado ele lançou seu primeiro filme em língua inglesa e, com seu hype lá cima, conseguiu o elenco dos sonhos com John Snow/Kit Hartngton como um ator gay no armário que pode ou não ter tido um caso pedófilo abusivo com um menino de 12 anos de idade.
Além dele tem Susan Sarandon (a mãe chata e alcóolatra), Natalie Portman ( a mãe chata e fracassada), Thandie Newton (a jornalista chata e pretensiosa), Kathy Bates (a manager chata) e meu muso canadense Jared Keeso. Tem até o Jacob Tremblay caricato. Um elenco lindo pra um monte de personagens femininas horrorosas.
Eu nunca gostei de nenhum filme do Dolan, acho ele um arremedo gay chato do Godard novinho, seus filmes são todos iguais, são auto indulgentes e esse novo não é diferente.
Só que pior ainda: esse é uma catástrofe, um dos filmes mais pretensiosos dos últimos tempos.
O roteiro é de uma pobreza que não tem tamanho, mal escrito demais, cheio de todos os clichês possíveis, com os diálogos mais bestas e rasos e o pior, cheio de frases feitas em cenas de chuva bem fotografadas que não enganam nem hipster abobado.
O filme começa com um arremedo de Entrevista com o Vampiro, com um ator bem jovem dando entrevista a uma jornalista política e pretensiosa sobre o relacionamento que ele pode ou não ter tido com JFD do título.
Daí o filme mostra a história de JFD, um super ator famoso, que está prestes a ser convidado para fazer seu maior papel, de super herói, é tirado do armário depois de uma noite de bebedeira.
O problema é que pra chegar aí, tem 1 hora de filme.
Sério.
Em paralelo vemos a história do moleque de 12 anos, o tal ator dando a entrevista, em flashback, quando ele mora em Londres com a mãe Natalie Portman, uma atriz fracassada e perdida atrás do ex marido. O moleque quer ser ator como a mãe, sofre bullying o tempo todo e começa a se corresponder com JFD, o ator de 30 anos de idade.
Mas ninguém sabe.
Esses 3 tempos do filme são tão mal construídos que demorou pra eu perceber que não acontecia tudo ao mesmo tempo agora.
Voltando ao JFD, depois que ele é saído do armário ele pira total, principalmente depois que também descobrem que ele é “amigo” do menino de 12 anos.
O que poderia ser um filme sobre pedofilia ou sobre bullying ou sobre os podres da fama, acaba sendo um filme sobre nada, um novelão mal escrito que passa por cima e de longe de todas as questões que poderiam ser.
E esse é o X da questão: JFD só prova o que eu sabia desde sempre, que Xavier Dolan é um pretensioso sem graça, que paga de filósofo profundo e no fim das contas ele só filme qualquer coisa para os red carpets e louros festivalescos da vida.
NOTA: