Existe um quase gênero de filmes americanos que são os filmes de preconceito, vamos chamá-los assim.
Na maioria dos casos, esses filmes são sobre homens da ku klux klan, ou neo nazis, ou alt rights, ou nazistas mesmo que ao final se arrependem de alguma forma do que vinham fazendo, se penitencial e largam a vida podre de preconceituosos radicais.
Na grande maioria das vezes, esses filmes são bem porcarias porque no final das histórias, o “herói” é sempre o homem branco arrependido.
Eu já falei disso esse ano que resenhei Skin, o filme do tatuador neo nazi, alt right, que muda de lado muito por causa dos papos que ele teve com um negro que lutava contra esses seres nojentos. Mas o filme é sobre o nazista que vira bacana no fim porque a consciência falou mais alto. E como disse no texto, o filme teria sido melhor se tivesse rolado uma reviravolta de roteiro e o foco fosse pro ativista negro.
Mas não.
The Best of Enemies é mais um desses.
Baseado em história real, o filme se passa em 1971, em uma cidade no sul racista americano, onde a ku klux klan reinava e onde os negros eram tratados como lixo na cara dura.
Depois que um incêndio queima a escola dos negros, o povo começa a discutir da possibilidade dos estudantes brancos receberem os negros na mesma escola.
Veja bem, em 1971.
Horror.
A prefeitura promove um encontro para discussões durante algumas semanas do que fazer e junta nesse evento dois radicais opostos.
Uma é Ann Atwater, uma negra ativista briguenta das boas (vivida pela ótima, mas nesse filme péssima Taraji P. Henson, que parece uma caricatura de uma mulher mais gorda e mais velha, com um enchimento de corpo ridículo).
O outro lado é representado pelo presidente da Klu Klux Klan da cidade, CP Ellis, que obviamente odeia Ann e nem chega perto dela de maneira nenhuma (vivido pelo ótimo Sam Rockwell que tão mal dirigido neste filme, parece um zé mané sem graça).
O filme conta a história desse encontro de dias que foram fundamentais para que novas regras e leis em todo o país.
Mais uma vez, a gente já sabe como o filme vai acabar, obviamente e mais uma vez, o homem branco arrependido dos infernos acaba como o herói da história.
Custa muito a Hollywood mudar essa situação ridícula?
NOTA: