RESUMO
Este artigo procura analisar aspectos da recepção da minissérie Som & fúria, exibida pela Rede Globo de Televisão em 2009. Produzida em conjunto com a O2 Filmes, a minissérie narra a história de uma trupe teatral que adapta obras do dramaturgo inglês William Shakespeare. Ao mesmo tempo em que recebeu críticas extremamente positivas da crítica jornalística, Som & fúria alcançou baixos números de audiência para os padrões da Globo, o que levou a seu cancelamento após apenas uma temporada. Consideramos que as referências à literatura shakespeariana e a presença da linguagem teatral na minissérie podem ter provocado um ruído de comunicação com o público, minimizando, assim, as possibilidades de diálogo e de construção de uma relação afetiva entre o programa e uma audiência mais abrangente. Utilizamos principalmente os conceitos de dialogismo e carnavalização (BAKHTIN, 2010; STAM, 1992) e a abordagem cognitivista aplicada a produtos audiovisuais (BORDWELL, 2007; PUCCI, 2012) na tentativa de compreender essa discrepância entre a recepção do público e da crítica. Procuramos contribuir, assim, para os estudos de recepção de audiovisuais, considerando os diversos atores que compõem o público e seus locus recepcionais, suas particularidades e as influências que determinam a forma através qual eles se relacionam com produtos culturais diversos.
Som, fúria, crítica e audiência: aspectos da recepção da série Som & fúria, de Fernando Meirelles
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