A décima segunda edição da Revista GEMInIS traz como tema “Fãs, ativismo e redes: mídia livre do que?”. O dossiê se dedica a discutir as relações entre mídia e o ativismo contemporâneo inseridos no paradigma da convergência midiática, no qual fãs, empresas, ativistas e usuários formam redes complexas e interligadas por uma quantidade massiva de conteúdo. O processo de convergência midiática ocorrido nas últimas décadas foi impulsionado pelo estímulo à cultura da participação, tornando o consumidor capaz de produzir e circular conteúdos em qualquer plataforma. Essas mudanças passariam a abarcar também uma relação direta com o ativismo, uma vez que esses usuários utilizam de conteúdos de mídia para demandar uma participação política a respeito dos mais diversos propósitos. As práticas de fã-ativismo são um dos grandes sintomas disso, pois representa como o consumo midiático pervasivo adentra temas e questões cotidianas. Simultaneamente, o contemporâneo é também marcado pela popularização do termo midialivrismo, cuja atividade nasce em torno da crença em uma distinção considerável entre as mídias de uma maneira bem objetiva.
O termo “livre” quando aplicado aos mais diversos meios de comunicação, sempre esteve historicamente atrelado a um sentido de militância, pressupondo que essa liberação se efetiva quando a sociedade civil ou um grupo que representa seus interesses passa a dominar uma série de saberes necessários para produzir conteúdos nas mais diversas mídias. Ao contrapor essas duas perspectivas, do fã-ativista e do midialivrismo, uma série de questionamentos se tornam possíveis. Diante desse cenário, pode-se falar em mídia livre se sabemos que os ativistas fazem uso das redes sociais, plataformas de vídeo e outros dispositivos que são controlados e monitorados por grandes empresas de tecnologia? Se as práticas midialivristas, em sua maioria, se declaram contra a cooptação comercial relacionada às grandes mídias, estariam também ilesos da cooptação política? Sobretudo é necessário amplificar o debate ao pensar o que se entende hoje por mídia livre, principalmente, no que diz respeito à participação. Em um universo no qual a nova grande mídia é composta por muitos que falam para nichos cada vez mais segmentados, não seria ela uma mídia feita por militantes e para militantes?
A chamada de artigos está aberta até o dia 23 de maio de 2016, e os trabalhos devem ser enviados ao e-mail: revista.geminisufscar@gmail.com. O texto tem que estar nos idiomas Português, Espanhol ou Inglês, em formato “DOC”, e conter, no mínimo, 07 páginas ou próximo de 2.500 palavras, e no máximo 25 páginas, aproximadamente 11.300 palavras. A estrutura do artigo, o resumo, as citações diretas e indiretas, as referências, imagens, quadros e tabelas devem obedecer às normas da ABNT, em vigor. Além de aceitar trabalhos relacionados à temática do dossiê, o periódico também recebe artigos acadêmicos que abordem outros assuntos ligados a área da comunicação e do audiovisual, assim como ensaios, entrevista e resenhas de livros publicados recentemente no Brasil, e no exterior. É dada prioridade de publicação a trabalhos submetidos por autores doutores ou em coautoria com pesquisadores doutores.
Os trabalhos também devem estar acompanhados de um “Termo de Autorização para Publicação”, assinado pelo autor nos seguintes termos: “Eu____ (nome completo do principal responsável pelo artigo) autorizo, caso meu artigo ____ (nome do trabalho apresentado), de autoria de ____ (nome de todos os autores) , seja aprovado pela Comissão Editorial da Revista de Estudos sobre Mídias Interativas em Imagem e Som, a publicação no referido periódico”. O termo deve ser enviado em formato de imagem JPG ou PDF.