Ao completar 35 anos de trabalhos como ator, Ney Piacentini lança o livro EUGÊNIO KUSNET: DO ATOR AO PROFESSOR, pela Hucitec Editora, no dia 30 de Outubro, às 18h, no Espaço Gaveta, em São Carlos. Na noite de lançamento o autor irá falar sobre o legado de Kusnet.
Entre 29 e 31/10, no mesmo espaço, acontece a Oficina: Noções sobre o Sistema Stanislavski, realização da Oficina Cultural Sérgio Buarque de Holanda e da UFSCar – Curso de Imagem e Som, ministrada por Piacentini.
O livro, que tem apresentação de Antunes Filho, orelha de Paulo Betti e prefácio de João das Neves, é fruto de um mestrado na Escola de Comunicação e Artes da USP, finalizado em 2012.
Eugênio Kusnet, segundo José Celso Martinez Corrêa, é um dos mais importantes atores e professores de atuação que o Brasil já teve. O russo, que chegou em nosso país em 1926, participou ativamente como ator, entre as décadas de 1950 e 1970, dos períodos do Teatro de Brasileiro de Comédia, do Teatro de Arena e do Teatro Oficina, tornando-se pedagogo teatral, além de ter escrito três livros: Iniciação á arte dramática (1968), O método das ações inconscientes (1971) e o mais conhecido: Ator e Método (1975).
Entre seus trabalhos mais marcantes como intérprete teatral estão os personagens Otávio de Eles não usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarniére (montagem estreada em 1958) e Bessemnov de Os pequenos burgueses, de Máximo Gorki (que estreou no Teatro Oficina em 1963), pelo qual recebeu os principais prêmios de melhor ator da época.
O texto de Ney Piacentini traz depoimentos inéditos de Maria Della Costa, Fernanda Montenegro, Valmor Chagas, Flávio Migliaccio, Renato Borghi, Carminha Gôngora (assistente de Kusnet na elaboração de Ator e Método), assim como de Antunes Filho e José Celso Martinez Corrêa, além de outros importantes atores e diretores da cena nacional.
Em sua dissertação, orientada por Maria Thais Lima Santos – Profa. Dra. da ECA/USP e diretora da Cia Balagan, Ney defende a hipótese de que foi no Brasil que Kusnet adquiriu seus conhecimentos sobre Stanislavski e não quando jovem na Rússia, como versam alguns observadores de sua trajetória. Contudo é sobre a experiência no Teatro Oficina, em que Kusnet atuou e criou um curso sobre atuação, que se encontra o núcleo da pesquisa do ator da Companhia do Latão. Pela ótica de Piacentini, foi durante a montagem de Os pequenos burgueses que esse discípulo de Stanislavski estabeleceu suas bases artísticas e técnicas sobre a arte de atuar, adaptando à nossa realidade os preceitos criados pelo Teatro de Arte de Moscou.
Serviço:
Lançamento do livro
EUGÊNIO KUSNET: DO ATOR AO PROFESSOR, de Ney Piacentini
Hucitec Editora
172 páginas
Preço de capa R$38,00
Local: Espaço Gaveta – Centro Experimental de Artes.
Avenida São Carlos, 3039 (ao lado da lanchonete Trem Bão)
Inscrições Palestra: http://goo.gl/SZHU4I
Página em rede social: https://www.facebook.com/pages/Eugênio-Kusnet-Do-Ator-Ao-Professor/1420648144862775
Sobre Ney Piacentini:
Iniciou sua carreira em 1979 na Universidade Federal de Santa Catarina e em Florianópolis fundou o Grupo A de Teatro, com o qual ganhou o Prêmio Bastidores (de 1982) de Melhor Espetáculo e Melhor Ator Infanto-Juvenil, pela criação coletiva Vira e Mexe, também encenada em São Paulo em 1986. Foi ator e apresentador do Programa Revistinha da TV Cultura (Prêmio APCA de Melhor Programa Infanto-Juvenil de 1989 e 1990); participou de diversos filmes de curta e longa-metragens como Trabalhar cansa, de Marco Dutra e Juliana Rojas e O quanto vale é por quilo de Sérgio Bianchi, contudo se estabeleceu no teatro.
Dos mais de 50 espetáculos em que atuou, estão Crepúsculo de uma tarde de outono (1991) de Friedrich Dürrenmattt, O legítimo inspetor perdigueiro (1992) de Tom Stoppard, O catálogo de Jean-Claude Carrière, Budro (1994) de Bosco Brasil e Um céu de estrelas (1996) de Fernando Bonassi. Em 1997, a convite de Sérgio de Carvalho, ingressa na recém fundada Companhia do Latão, em que fez todas as peças do grupo, das quais se destacam: Ensaio sobre o latão (indicado para o Prêmio Mambembe de 1997 de Melhor Ator Coadjuvante), O nome do sujeito (indicado para o Prêmio Mambembe de 1998 de Melhor Ator), O círculo de giz caucasiano ( Prêmio Villanueva de 2007 de Melhor Espetáculo Estrangeiro em Cuba) e O patrão cordial (Prémio Questão de Crítica de 2013 de Melhor Dramaturgia e Melhor Elenco).
Em 2104, Piacentini ganhou o Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro – Categoria Especial – pela sua contribuição ao teatro paulista.
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